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AS SETE CANÇÕES (ordem por capítulo)
The Lonesome Death of Hattie Carroll
OUTRAS CANÇÕES (ordem alfabética)
High Water (For Charley Patton)
I Will Not Go Down Under the Ground (Let Me Die in My Footsteps) – with Happy Traum
See That My Grave Is Kept Clean
Walk Right In (The Rooftop Singers)
We Are The World (U.S.A. for Africa)
What in the World’s Come Over You (Jack Scott)
What the World Needs Now Is Love (Jackie DeShannon)
What Was It You Wanted (Bettye LaVette)
When First Unto This Country (Karen Dalton)
When First Unto This Country (The New Lost City Ramblers)
Where Have All the Flowers Gone? (Pete Seeger)
Willie O’ Winsbury (Anne Briggs)
por Pedro Couto (criador do site Dylanesco.com e do Podcast Dylanesco, ambos dedicados a Bob Dylan)
Auto-harpa. Instrumento usado tradicionalmente na música country e folk. É essencialmente uma harpa (de formato diferente) com botões que abafam determinadas cordas. Enquanto na harpa tradicional o(a) músico toca apenas as cordas que deseja que soem, na auto-harpa ele toca todas as cordas do instrumento (de maneira similar ao violão) e abafa as cordas indesejadas através de botões, permitindo soar apenas as notas que fazem parte do acorde que se pretende tocar. Daí a ideia de uma arpa em que se consegue tocar “automaticamente”.
Exemplo: Maybelle Carter (da lendária família Carter) tocando uma auto-harp:
Balada. No contexto da música folk, balada é uma canção que conta uma história, normalmente em várias estrofes e com uma melodia simples. Nos enredos, estão desde fatos reais até histórias fantasiosas. Existem algumas sub-categoria, dentre elas as chamada murder ballads (baladas de assassinatos ou balada sangrenta) em que a narrativa gira em torno de um crime violento.
Exemplos:
https://www.youtube.com/watch?v=vI3T7GgX-rI
https://www.youtube.com/watch?v=6qaJKKVdE40
Blues do Delta. Uma das formas mais antigas de blues, vindo da região do Mississippi Delta, noroeste do estado de Mississippi (conhecida por ser a mais sulista dos Estados Unidos, devido à tensão racial). Em razão da sua origem predominantemente rural, o Delta Blues é comumente tocado com instrumentos acústicos, principalmente o violão, e muitas vezes de maneira solo. Dentre os músicos que se destacam no Blues do Delta, estão nomes como Charley Patton, Lead Belly e o lendário Robert Johnson.
Exemplos:
https://www.youtube.com/watch?v=PsfcUZBMSSg
https://www.youtube.com/watch?v=EyIquE0izAg
https://www.youtube.com/watch?v=v3UbririiLY
Buck-and-wing. Dança no estilo sapateado (tap dance) que mistura influências irlandesas, britânicas e africanas. No sapato, uma placa de madeira é colocada na ponta para enfatizar as batidas.
Exemplo: neste vídeo, um especialista mostra a diferença entre buck, com foco nos pés, e wing, com abordagem mais nas mãos e tronco.
Canções de contestação. ver o verbete Topical Song
Canções de menestrel. As canções de menestrel, nos Estados Unidos, foram populares na primeira metade do século XIX. Inicialmente eram músicas interpretadas por brancos que pintavam seus rostos de preto para representar de forma exagerada personagens afro-americanos, muitas vezes afim de ridicularizá-los. As canções trouxeram personagens que se tornaram icônicos na forma pejorativa como os brancos se referiam aos afro-americanos. Dentre eles está Jim Crow, um escravo de plantação inculto e com roupas rasgadas; ou Dandy Jim, um malandro com fala lenta e roupas extravagantes. Posteriormente, os afro-americanos se apropriariam do estilo, formando seus próprios grupos de menestréis e, de alguma maneira, se apoderando da forma.
Canções de protesto. ver o verbete Protest Song
Canções old-timey. Músicas populares anteriores à década de 1940, comumente tocadas na rabeca e no banjo, seja solo ou em um pequeno grupo musical. Outros instrumentos normalmente utilizados são: mandolim, ukulele e contrabaixo acústico. É um estilo parecido com o bluegrass, porém menos comercial.
Exemplo:
Doo-wop. Estilo musical baseado no Rhythm and Blues (R&B), com grande destaque para os vocais de apoio (backing vocals), de origem e popularizado especialmente entre afro-americanos. Teve seu auge nos anos 50, como em diversos lançamentos da gravadora Motown, para depois ser incorporado em outros estilos musicais, como no rock’n’roll e na surf music.
Exemplos:
Sem verbetes.
Hootenanny. Gíria rural americana para festa ou encontro. No contexto do folk, eram eventos em bares e cafés em que o palco ficava disponível para quem quisesse se apresentar, criando um ambiente igualitário. Era uma dinâmica muito comum no revival folk, com destaque para os cafés no bairro boêmio de Greenwich Village, em Nova Iorque. Muitas vezes, junto com a dinâmica de microfone aberto (open mic), passava-se um chapéu ou um cesto após os músicos se apresentarem para que o público colaborasse com uma gorjeta.
Sem verbetes.
Jam session. Reunião de músicos para tocar livremente. Pode ser um ensaio, em que ideias são apresentados e testadas pelos músicos, ou uma apresentação em formato aberto, em que os músicos improvisam dentro de um certo contexto. As jams sessions são frequentes principalmente no contexto instrumental, como o jazz e o blues. No folk, como muitas das canções tradicionais eram conhecidas entre todos, a mesma dinâmica também estava presente.
Jug bands. Estilo que começou com músicos de rua, que muitas vezes usavam instrumentos improvisados, como um jarro para simular um trombone (daí o nome jug, jarro em inglês). É uma música animada e com uma marcação de tempo bem clara.
Exemplos:
Loop. Trecho de música que repete continuamente. Pode ser usado para criar um tema melódico ou harmônico recorrente, como também para repetir uma linha de rítmica de bateria durante um longo período.
Exemplo de Leonard Cohen usando um loop de percussão de um teclado, alterando apenas a harmonia:
Sem verbetes.
Protest song. Músicas carregadas de críticas e protestos sociais. O estilo está dentro de uma categoria maior chamada topical songs. Dentro do contexto do folk, um dos grandes nomes foi Woody Guthrie, que escreveu músicas como This Land is Your Land, cuja letra reforçava a ideia de nação à todos os americanos, não se resumindo apenas à elite branca.
Outros exemplos são Which Side Are You On e We Shall Overcome, ambas de Pete Seeger.
https://www.youtube.com/watch?v=IlaqPRCuRhU
Sem verbetes.
Ragtime. Estilo americano de ritmo sincopado e agitado que surgiu no final do século XIX e foi uma das origens do jazz. É um gênero comumente tocado ao piano, com harmonia e melodia marcadas por um ritmo constante e característico. Dentre os compositores desse estilo, destaca-se principalmente Scott Joplin.
Exemplos:
https://www.youtube.com/watch?v=ZYqy7pBqbw4
https://www.youtube.com/watch?v=vsFGcPujqKE
Revival folk. Movimento que surgiu na década de 1950 retomando estilos de música da raiz americana, como bluegrass, country, blues e suas diversas variações. Tinha como escopo redescobrir canções das diversas comunidades e músicos esquecidos ou pouco conhecidos. Teve forte ênfase política, com muitas canções retratando violências, injustiças e a tensão racial americana, além de narrativas que detalham o cotidiano rural ou de cidades pequenas. Dentre os artistas que ajudaram nessa redescoberta, estão Kingston Trio, Peter Paul & Mary, Dave Van Ronk, Joan Baez, Odetta e o próprio Bob Dylan.
Rhythm and Blues (R&B). Estilo musical que nasceu dentro das comunidades afro-americanas e combinava diversos estilos, com o blues e o gospel. Foi popularizado na década de 1940 e é tido como uma das raízes do rock’n’roll. Foi usado pela primeira vez em 1948 pela gravadora RCA Victor para se referir à música negra sem cunho religioso. Após a migração de muitos afro-americanos para os centros urbanos na região nordeste e centro-oeste dos EUA, o estilo combinou mais influências, como jazz, swing e boogie woogie. Nos anos 1960, o estilo R&B incorporaria ainda outros elementos do gospel, deixando de lado a letra religiosa, dando origem à música “soul”.
Steel guitar. Adaptação da guitarra tradicional, em que, ao invés de se tocar apertando as cordas com os dedos contra o braço do instrumento, usa-se um tubo de vidro ou metal (slide) que desliza nas cordas, alterando as notas. Pode ser tocado numa guitarra comum, mas é normalmente feito em um instrumento adaptado com as cordas mais altas. Existem variações como o lap steel, em que o instrumento fica deitado no colo do músico ou o pedal steel, em que, além de tocar com as mãos, usa-se também pedais que alteram o volume de determinadas partes do instrumento.
Exemplos:
https://www.youtube.com/watch?v=3I2jnA8L4xU
https://www.youtube.com/watch?v=5YdHqxTcBfI
https://www.youtube.com/watch?v=xw7SFru9cdk
Sound designer. Profissional que atua na criação de materiais sonoros, incluindo ritmos, sons ambientes e arranjos. Normalmente é uma função usada na criação de paisagens sonoras para filmes e jogos.
Talking blues. Formato de blues, também usado no contexto country, em que se usa um estilo de canto quase falado, sem uma melodia muito bem definida. Utiliza a estrutura básica do blues como plataforma para contar uma história, normalmente de caráter satírico, unindo o humor a um tom irreverente para fazer críticas.
Exemplos:
https://www.youtube.com/watch?v=CLz6LgMO8To
https://www.youtube.com/watch?v=4fTDhQsYGh8
Topical song (canções de contestação). Categoria de canções que usam eventos da atualidade como tema. É uma abordagem comum dentro do mundo folk, em que muitos usavam de notícias de jornal ou acontecimentos na sua região para transformar em crítica social na música. Bob Dylan usou esse recurso em diversas canções, como Only a Pawn in their Game, Talkin’ John Birch Society, The Lonesome Death of Hattie Carrol e até mesmo Hurricane.
Sem verbetes.
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