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Duas línguas

Ao clicar sobre a canção (em negrito) a gravação abrirá no Spotify. 

England: Farewell (A Fancy) – John Dowland
“Cinco dias depois de enterrá-lo, participou de um concurso, tocando Farewell, de Dowland.”

Romance de amor e Sons de Carrilhões – Dilermando Reis
“O pai de B era seresteiro: tocava bandolim e violão e amava Dilermando Reis […]”

Prémière Grande Polonaise, Op. 24 – Jan Nepomucen Bobrowicz
“E houve composições específicas para o violão, como a Première Grande Polonaise, de Bobrowicz […]”

Nuages Gris (Gray Clouds), S. 199 – Franz Liszt
“Acabou gravando justamente Liszt, que sempre fora seu mistério […]”

 

 

La Maja de Goya (De 12 Tonadillas en Estilo Antiguo) – Enrique Granados
“Era dele o Granados mais bonito que B já ouvira alguém tocar. Por anos, espelhou seu La Maja de Goya no dele […]”

 

Kinderszenen, Op. 15 – Robert Schumann
“Numa época, ficou completamente obcecado pelo Kinderszenen, de Schumann […]”

Suite populaire brésilienne, W020 – Heitor Villa-Lobos
“O que mais deu trabalho a B foi a Suíte popular brasileira […]”

12 Estudos, W235 – Heitor Villa-Lobos
“[…] queria que seus Doze estudos de Villa-Lobos, que tanto deviam a Chopin, soassem como os que ele escutava […]”

Marieta – Francisco Tárrega
“[…] e das mazurcas de Tárrega, todas com nomes de mulher […]”

 

Gaspard de la nuit -Maurice Ravel
“No ambiente gostoso, escurecido, aconchegante do Wigmore Hall, ouviram uma jovem pianista francesa tocando o Gaspard de la nuit.”

Homenaje -Manuel de Falla
“Em um documentário, Segovia dá a entender que Manuel de Falla escrevera a peça Homenaje porque ele havia pedido, o que é uma farsa.”

Toccata (Arr. Sergio Abreu) – Domenico Scarlatti
“[…] é sempre bom conhecer um novo intérprete ouvindo o Scarlatti dele […]”

Lágrima – Francisco Tárrega
“[…] jamais conseguiria esquecer como tocar Lágrima, do Tárrega.”

Suite em mi menor, BWV 996 e Partita em dó menor, BWV 997 – Johann Sebastian Bach
“Cedeu, entrou no auditório e viu Arnau tocando Bach. bwv 999, ou 998, ou 997, 996, qual? Não lembra.”

Quatre pièces brèves: IV comme une gigue – Frank Martin
“Quando foi a vez de B tocar para Bream, executou o quarto movimento das Quatro peças breves de Frank Martin o mais rápido que conseguiu.”

Cinco bagatelas – William Walton
“Da segunda vez que tocou para Bream, no entanto, algo excelente aconteceu: ao concluir as Cinco bagatelas de Walton, tudo saiu bom […]”

Nocturnal (after John Dowland), Op. 70 – Benjamin Britten
“Depois, contaria a Martin sobre o professor de regência, logo depois de mostrar a ele o Nocturnal de Britten.”

Sonata para violão, Op. 47 – Alberto Ginastera
“Por algum motivo, naquele momento o Esordio da Sonata de Alberto Ginastera não saía dos seus ouvidos.”

Suite Compostelana – Federico Mompou
“B foi para o outro lado da sala e de lá escutou um dos sons mais estupendos de sua vida, uma música lindíssima, que lembrava um pouco o Coral da Suíte compostelana de Mompou, uma das peças que B mais amava.”

por Davi Avansini (violonista, graduado em música pela UNESP)

abeto. O abeto (ou pinho) é um tipo de madeira oriunda da árvore Abies alba, que vai no tampo (parte da frente) do violão e oferece características sonoras próprias ao instrumento. Juliam Bream e Sérgio Abreu são dois notórios violonistas adeptos do tipo de sonoridade que o abeto propicia.

adagio. É um andamento lento que vai aproximadamente de 55 a 65 bpm (ver andamento).

allegro. Andamento veloz que varia aproximadamente de 120 e 139 bpm (ver andamento).

andamento. É a maneira como é referida a velocidade com que uma peça é tocada. Essa velocidade é medida em batidas por minuto (bpm). As peças musicais têm indicações de andamentos sugeridas pelo(a) próprio(a) compositor(a) que, para além da velocidade em si, com a qual a peça será tocada, também indica um caráter musical a ser expressado. Para fazer uma caricatura do que seria esse caráter musical, vamos imaginar uma música fúnebre, que costumeiramente possui andamentos lentos, sendo tocada num andamento rápido e acidentalmente soa mais “animada”, de maneira totalmente inapropriada. Os andamentos estão catalogados tanto matematicamente (em bpm) quanto por seu caráter.

andante. Andamento não muito rápido e não muito veloz que concerne a faixa aproximada de 75 a 107 bpm.

arranjo. O ato de refazer ou recompor uma música já feita. A música original pode ser mais preservada ou menos preservada conforme o(a) arranjador(a) desejar. O arranjo pode mexer no ritmo, na harmonia e até mesmo na melodia, derivando novas ideias das ideias originais.

bemol. No senso comum, existem apenas sete notas (dó, ré, mi, fá, sol, lá, si), porém, há notas entre as sete mais conhecidas que são nomeadas à partir da direção que se toma. Visualmente isso fica bastante evidente no piano, onde as notas das teclas pretas produzem as notas intermediárias. Se estamos indo de trás para frente, da nota para a nota , a nota da tecla preta será nomeada de ré bemol. Porém se a direção for invertida (de para ), a mesma nota, da mesma tecla preta, será chamada de dó sustenido. O fato de uma mesma nota possuir dois nomes diferentes recebe o nome de enarmonia. Uma das vantagens de uma nota possuir nomes distintos, é que podemos presumir o contexto harmônico ao que essa nota se refere.

cavalete. É um dispositivo de madeira que fica colado no tampo do violão, onde uma das extremidades das cordas fica presa. Com algumas raras exceções, há um pedaço de osso que fica encaixado no cavalete, com a função de apoiar as cordas e regular suas alturas em relação ao tampo e, principalmente, o braço do violão.

cedro. É um tipo de madeira possível para o tampo do violão, oriunda da árvore Cedrella fissilis. Assim como o abeto, o cedro também implica em uma sonoridade própria ao instrumento e tem notórios violonistas adeptos John Williams e David Russell.

diapasão. É um objeto de metal formado por uma extremidade em forma de bastonete com a ponta esférica e a outra extremidade por duas pontas em estrutura de garfo. Ao bater e fazer ressoar o diapasão, é emitida a frequência de 440Hz, convencionada como nota . O diapasão é importante pois ele não desafina e é utilizado como referência para que todos os instrumentos (incluso a voz) possam ser afinados. Vale dizer que a convenção de que a frequência de 440Hz é a nota  é relativa ao tempo e ao contexto. Em tempos passados essa frequência já foi mais baixa, chegando a 415Hz e, contrapondo essa frequência mais baixa, orquestras de hoje em dia comumente usam a frequência de 442Hz como padrão da nota

estudos. Os estudos são peças didáticas que abordam uma ideia musical específica, de tal forma que exige dos(as) instrumentistas uma determinada abordagem técnica. O Estudo nº5 para violão de Heitor Villa-Lobos, por exemplo, possui um grupo de oito notas que se repetem com um mesmo ritmo (um ostinato) quase o tempo todo, enquanto é atravessado por uma melodia que precisa ser destacada, ou seja, a proposta é de uma melodia acompanhada e a técnica precisa ser pensada no sentido de resolver musicalmente o que o estudo propôs. Embora sejam peças de estudo, frequentemente são levadas ao palco por seu apelo estético e complexidade atraente aos virtuoses.

Sem verbetes.

Sem verbetes.

Sem verbetes.

intérprete. A(o) intérprete é uma figura recente na história da música, pois trata-se da(o) instrumentista profissional que não necessariamente precisa compor, mas tem seu trabalho pautado em interpretar composições, ou até mesmo encomendar ou “ganhar” peças de outros compositores. A Sonata for guitar Op. 47 do compositor argentino Alberto Ginastera que aparece no livro Duas línguas, por exemplo, é uma peça dedicada ao intérprete brasileiro Carlos Barbosa Lima.

Sem verbetes.

Sem verbetes.

leitura à primeira vista. Seja cifra, partitura, tablatura ou qualquer outro tipo de sistema de notação musical, a leitura à primeira vista se trata mais do que a capacidade tocar o que está escrito no primeiro contato, mas de uma compreensão do texto musical e, também, da capacidade técnica e mecânica de executar. Nesse sentido, a leitura à primeira vista é uma tarefa que demanda uma série de habilidades dos(as) musicistas que ocorrem simultaneamente, para além da capacidade de decodificar o texto musical em si. 

luthier. Figura central no desenvolvimento da sonoridade dos instrumentos, o(a) luthier(e) é quem fabrica, faz a manutenção e reparos dos instrumentos. Fugindo à lógica da larga escala de produção da indústria, o(a) luthier(e) tem uma seleção mais rigorosa das madeiras que compõem os instrumentos e o próprio processo de fabricação é mais longo. Sérgio Abreu, por exemplo, possuía uma fila de dois anos para começar a fabricar um instrumento, caso alguma pessoa interessada o requisitasse. Hoje há violões que não são os de construção tradicional, como os violões de treliça e o Double Top. A luteria brasileira, no entanto, é bastante voltada aos violões tradicionais com tampo de abeto, embora isso venha mudando. O próprio Sérgio Abreu, em entrevista, alega que estes novos violões possuem “pouco recurso expressivo”, embora isso esteja, obviamente, aberto a debate.

metrônomo.  É um equipamento que divide um minuto em partes iguais, denominadas pulso ou pulsação, na proporção que o seu usuário pedir. Para demarcar cada um desses pulsos, o metrônomo emite um som e, dessa forma, quem está usando o aparelho consegue manter um andamento constante e exato. A despeito de sua importância nos estudos, a igualdade da pulsação metrônomo pode ser maleável durante a execução de uma peça de diversas formas, para tornar musicalmente interessante (e até mesmo inteligível) o que estiver sendo tocado.

Sem verbetes.

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prelúdio. Originalmente, os prelúdios serviam para anunciar uma obra, sendo o movimento de abertura de uma peça. Tal qual outras formas e estruturas musicais, o prelúdio passa por mudanças ao longo da história, até sofrer uma espécie de emancipação no século XIX, onde se torna uma obra independente e não precisa anunciar uma outra mais extensa. Os prelúdios de Heitor Villa-Lobos, por exemplo, possuem assuntos independentes uns dos outros e não têm relação com outras obras, sendo o Prelúdio 1 uma homenagem ao sertanejo e cada um dos outros alguma outra forma de homenagem.

presto. Andamento muito rápido que varia entre 180 e 200 bpm.

projeção. Se compararmos com instrumentos como o violino ou o piano, por exemplo, o violão possui uma baixa projeção do som, o que coloca sérias questões sobre sua participação em salas de concerto e peças em que o instrumento participa com uma orquestra. Mesmo que exista captação e amplificação do som, os(as) compositores(as) que compõem para formações tradicionais ainda pensam no som dos instrumentos in natura, com as relações acústicas pensadas sem os equipamentos intermediários que podem vir a projetar o som. Salas de concerto são pensadas a partir da não amplificação e chegam a possuir tetos móveis que se abaixam quando grupos menores se apresentam, para auxiliar na projeção. Vale ressaltar que, o estudo da projeção do som em um instrumento traz consigo um pensamento estético que é incorporado ao repertório, portanto, há uma diferença entre escutar peças ao vivo e escutar gravações.

quarteto de cordas. É uma formação específica dentro do repertório da música clássica, que não é feita por quaisquer quatro instrumentos de corda, mas especificamente por dois violinos, uma viola e um violoncelo. 

regência. É a parte do trabalho da(o) maestra(o) que consiste em indicar andamentos, dinâmicas, inflexões, entradas, etc para a orquestra à partir de gestos com o corpo todo, mas em especial com os braços e as mãos. 

seresta. A seresta é uma manifestação musical brasileira, que é tocada publicamente seja em praças ou se movimentando pelas ruas. Embora o dicionário Priberam afirme que essa é uma origem duvidosa (apesar de aceita), é possível que a seresta seja oriunda da serenata europeia, porém, com o repertório de música popular própria do Brasil. 

solfejo. Solfejar é o ato de cantar notas com seus nomes ao lê-las em uma partitura.

tampo. O tampo é a parte frontal do violão, que possui um furo e é por onde o som do instrumento é projetado. Os violões tradicionais possuem um leque de madeira interno, que dá sustentação para o tampo, porém, outras formas de construção surgiram, como os violões Double Top (que possui dupla no tampo) e os violões de treliça.

tarraxa. Mecanismo que fica na ponta do violão e serve para que as(os) violonistas, ao girá-las, consigam esticar ou afrouxar as cordas, afinando-as como desejarem.

timbre. Uma forma comum de se descrever o que é timbre é designá-lo como “a cor do som”, ou seja, se uma nota dó é tocada no violão, ela terá uma “cor” (timbre) de violão, se essa mesma nota for tocada em uma viola, ela terá uma “cor” (timbre) de viola, de tal forma que somos capazes de distinguir que instrumento está sendo tocado pelo timbre. O violão é um instrumento bastante conhecido por sua riqueza timbrística, ou seja, ele consegue tocar uma mesma nota com várias “cores” diferentes. Isso abre todo um universo para a composição e, também, para os(as) intérpretes que podem produzir nuances com os timbres, ao tocarem uma frase musical ou um acorde, por exemplo. 

uníssono. O uníssono ocorre quando duas ou mais pessoas cantam (ou tocam) a mesma nota simultaneamente.

violão Giannini. A Giannini é uma marca de instrumentos musicais que fabrica, dentre seus vários instrumentos, violões de série, ou seja de produção industrial, diferente dos violões de luthier, que são feitos individualmente por uma ou poucas pessoas. Houve um período em que o violonista e luthier Sérgio Abreu acompanhou a construção dos tampos de violões de uma série limitada de violões da Giannini, enquanto a fábrica da empresa se ocupava da construção do resto do instrumento.

vivace. andamento que vai de, aproximadamente, 140 a 159 bpm.

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